Artigo

É urgente atuar no desenvolvimento de competências

No início da Segunda Guerra Mundial o governo britânico criou panfletos com uma mensagem onde apelava à concentração da energia das pessoas em torno de um objetivo “Keep calm and carry on”. Uma pequena frase que pretendia sintetizar a direção, o esforço de um povo para alcançar um objetivo comum.
Nos tempos atuais, recordar esta pequena frase e todo o seu significado simbólico remete-nos para a importância de nos focarmos nas pessoas, mais precisamente, na atualização das suas competências. São elas que verdadeiramente alcançam resultados.
A evolução tecnológica é a constante dos nossos tempos. A sua evolução afeta, de forma indelével o nosso quotidiano. Estas mudanças têm uma implicação direta e bidirecional na forma como as pessoas percecionam a realidade e agem em função dessas perceções. Com efeito, essas perceções – ou seja a forma como as pessoas vêm a realidade – e as ações subjacentes têm um impacto efetivo na capacidade de produção de riqueza.

É possível hoje tornar cognoscível, sentimentos, medos, perceções, valores e outras variáveis que pela sua complexidade não conseguiríamos dominar ao mesmo tempo, da mesma maneira e que hoje, com o avanço tecnológico disponível, se torna possível fazer.
A gestão da informação é hoje feita em verdadeiros repositórios da experiência humana do dia a dia, das suas ações, dos seus interesses, das suas relações e de muitas outras formas quase inimagináveis para o comum mortal. Imensas Redes de Informação que se transformam em Conhecimento e que é depois transformado em Capital.
A combinação destes sistemas permite o mapeamento do comportamento humano numa escala nunca antes conseguida.
Esta combinação permite a qualquer organização proceder a avanços na forma como se relaciona com as pessoas que nela trabalham, vamos chamar-lhe Gestão moderna de Pessoas, se assim o podermos chamar.
Esta gestão moderna de pessoas envolve alguns vetores chave, tais como:
• A articulação da Gestão de Pessoas com as diferentes áreas funcionais (imagem percebida; competitividade; fatores críticos de sucesso).
• A gestão da articulação com o meio envolvente (competências disponíveis; mercado de trabalho; cultura; história; leis; política e ambiente económico e social).
• Gerir desempenhos diferenciadores e muito complexos.
• A capacidade de induzir mudanças de competências.
• Potenciação da capacidade de produção de riqueza.
Hoje não basta afirmar «PATERNALISTICAMENTE» que as pessoas são o principal capital das organizações. É preciso agir para efetivar essa afirmação, agindo proativamente no desenvolvimento das competências.

É neste quadro que a relação Tecnologia – Pessoas tem de ser debatida. Este debate abre um novo mundo de perguntas que deveremos estar preparados para colocar e responder, pois a dita quarta revolução industrial está a acontecer agora mesmo e nós temos o privilégio de estar nos lugares da frente deste processo de transformação imenso!

Artur Ferraz

Formador da PG em Gestão de Pessoas nas Organizações na ENB

 

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