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O futuro aceita pessoas

O FUTURO ACEITA PESSOAS!!!

É comummente aceite que no futuro próximo as competências associadas a processos de trabalho rotineiro e não diferenciado serão pouco valorizadas pelas organizações. Nos últimos vinte anos esta tendência tem sido notória, embora não se vislumbre o padrão de uma forma concreta. A procura de trabalho associado a estas competências tem até crescido nos últimos anos, nas áreas da restauração, hotelaria, retalho, etc. No entanto, sente-se a dificuldade em recrutar profissionais para estas áreas através dos constantes anúncios de emprego, alguns mesmo, que nunca chegam a ser trocados.

Esta tendência é notória e tenderá a crescer. O Trabalho está a mudar e as organizações que dominam estas atividades desenvolveram os seus processos de recrutamento com base nas necessidades das pessoas que encaixam no seu perfil, conseguindo assim captar as pessoas com as características requeridas para exercer a atividade em causa.

Estes processos, porque envolvem a participação das Pessoas, têm de ser discutidos internamente e trabalhados, principalmente, com quem tem por missão usá-los. As chefias são o elemento-chave neste processo. São elas que credibilizam os processos de avaliação, através da coerência das suas decisões. Este processo de credibilização implica um trabalho profundo com as chefias. O desenvolvimento de uma linguagem partilhada, sustentada em modelos mentais conhecidos de todos, para, desta forma, poderem avaliar acontecimentos com uma bitola comum. Quando as bases do processo de avaliação são comuns, a leitura dos acontecimentos será, também ela, comum, fazendo com que as decisões sejam coerentes dentro de uma dada organização. Assim, quer se esteja de acordo ou não, poderemos constatar sempre que as decisões são coerentes com as ações.  

Este processo não se desenvolve em ações de curta duração, mas sim através de processos contínuos de desenvolvimento em que as equipas têm uma importância enorme nos resultados a alcançar. Não basta que um chefe de uma determinada área proceda à avaliação da sua equipa de forma eficaz, se os restantes chefes não o fizerem, o processo ficará comprometido.

Este processo de desenvolvimento, carece de ferramentas diferentes das que estávamos habituados a usar nas organizações. Se no desporto seria impensável que os atletas não treinassem, nas organizações empresariais, tal já não se passa da mesma forma, a formação é muitas vezes vista como uma atividade oficial, que tem de ser realizada por uma imposição legal.

Este modelo mental está profundamente enraizado e é muito difícil de alterar, no limite, a justificação é: damos formação às pessoas para depois elas irem para outra empresa produzir resultados. Bom, devemos também ponderar o que acontece quando não damos formação às pessoas? Que resultados alcançamos? Quanto valor perdemos por ter uma pessoa na área comercial, por exemplo, que não tem as competências necessárias para exercer a sua atividade e por isso mesmo, não vende?

Já agora, devemos sempre aprofundar a razão que leva as pessoas a sair do seu emprego. Quando percebemos isso, muito vezes constatamos que a razão é mesmo o modo como as relações se processam… a forma como sentem que não fazem parte da organização ou, pura e simplesmente, porque o seu trabalho não é valorizado. Curiosamente, as razões monetárias, de forma isolada, nem sempre fazem as pessoas mudar. Como diz o grande Pedro Abrunhosa, “ninguém sai de onde está bem”.

Sim, o futuro aceita Humanos, mas não podemos continuar a querer fazer crescer organizações para o futuro que pensem de acordo com princípios de final do século XIX. Os novos contextos sociais, económicos, políticos, exigem novas soluções, novas formas de organização e novas formas de pensamento.

É neste contexto que o Curso Executivo Gerir Pessoas: Desafios Atuais foi pensado e idealizado. Preparar profissionais para o enorme desafio que se coloca às organizações, saber lidar com a Volatilidade, com a Incerteza, com a  Complexidade e com a ambiguidade.  

Artur Ferraz

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