Artigo
As Pessoas que irão produzir diferenciação nas organizações do futuro
A evolução tecnológica afeta de forma efetiva e muitas vezes indelével, o nosso quotidiano.
A primeira e mais decisiva implicação das mudanças provocadas pela tecnologia assume um efeito duplo sobre cada um de nós. Por um lado, a tecnologia influencia as perceções das pessoas e, por outro, essa imagem produzida instiga a uma ação num determinado sentido. A ação é, muitas vezes, influenciada pela perceção que as pessoas têm sobre um determinado acontecimento, num determinado momento.
Esta subtileza do efeito da tecnologia nas nossas vidas, gera impactos distintos, mas muito efetivos na capacidade de produção e de distribuição de riqueza no mundo em geral e nas organizações em particular.
A complexidade do futuro tecnológico trouxe para a ribalta o conceito de inteligência artificial o desenvolvimento de uma máquina superinteligente que conseguirá ultrapassar todas as atividades intelectuais de qualquer Homem.
O avanço tecnológico disponível permite colecionar e tratar dados sobre comportamentos humanos utilizando-os para análises preditivas consequentes, tornando essencial o reconhecimento e valorização dessas mesmas competências de diferenciação entre as pessoas. Estas competências têm se ser reconhecidas rapidamente e desenvolvidas nos profissionais do futuro, que é como quem diz, nos jovens. Para isso é necessário trabalhar essas competências no sistema de ensino.
Competências diferenciadoras são as que produzem valor efetivo nas organizações e também no mundo em geral e são, por isso mesmo, cruciais para a criação de uma sociedade assente nos valores humanistas que preconizamos.
Com o prolongar dos efeitos da pandemia e da guerra na europa a vários níveis, económico, político, social e, obviamente, pessoal, os responsáveis das organizações necessitam de desenvolver programas que facilitem este processo.
Reconhecer as competências diferenciadoras torna-se pois de extrema importância para que qualquer intervenção a este nível possa ter o desejado efeito. Mas não é suficiente.
Sem a criação de movimentos internos para a sua adoção, a grande maioria destes programas fica condenado ao fracasso. Temos, pois, um desafio suplementar a alcançar – o de identificar as competências diferenciadoras, desenvolver um programa de ação para a sua utilização, aprendizagem e, por fim, implementar com sucesso esse modelo, num curto espaço de tempo.
Na base das competências diferenciadoras a desenvolver, permitam-me destacar a importância de três: Capacidade Empática, Pensamento Crítico e Resiliência.
A Capacidade Empática permite-nos “sentir” as pessoas, “ler” as dinâmicas organizacionais. Esta capacidade permite promover conexões entre as pessoas e o meio que nos rodeia. Podemos, frequentemente, não concordar com posições assumidas por outros, mas reconhecer a existência de diferentes posicionamentos, permite-nos conhecer os motivos subjacentes à discórdia.
Podemos sentir alguma dificuldade em ligar pontos relativos ao nosso conhecimento anterior, mas é por isso que a Resiliência é tão importante. Iremos, sem sombra de dúvida, precisar dela para redesenhar uma “nova realidade” e garantir, posteriormente, a construção de um posicionamento aceite pelas partes envolvidas.
Este processo de conhecimento é lento e, muitas vezes, complexo. Para entendermos melhor as suas especificidades precisamos de promover o Pensamento Crítico e a análise de problemas complexos, antecipando cenários e promovendo ações de reflexão sobre as consequências das tomadas de decisão atuais.
O desenvolvimento destas três competências é fundamental nos processos de mudança efetiva.
Precisamos de promover nas nossas organizações ações que visem aumentar os níveis de autonomia das pessoas e das equipas de trabalho, através do desenvolvimento de ações muito concretas e direcionadas para o desenvolvimento do sentido de pertença e espírito de missão. Precisamos de pessoas que se movam no sentido de influenciar os seus pares positivamente.
Precisamos, no fundo, promover as competências de diferenciação nas pessoas para que se possam criar organizações onde as pessoas se sintam bem e se reconheçam nos seus valores e objetivos. Serão estas que irão produzir a diferenciação necessária para que os valores humanistas prevaleçam num mundo cada vez mais complexo e imprevisível.
Como afirma Tom Peters – trata das pessoas, elas tratam do negócio!
Artur Ferraz
Consultor para a Gestão de Pessoas
Autor(a):
Artur Ferraz
Consultor para a Gestão de Pessoas