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Comunicação não verbal: significado, tipologias e como melhorar

A comunicação verbal é direta e fácil de compreender. No entanto, não comunicamos apenas verbalmente. Ao falar ou ouvir, também expressamos sentimentos, através da expressão facial, gestos ou postura. A isto chamamos de comunicação não verbal.

Muitas pessoas são capazes de decifrar a linguagem não verbal intencional sem muita dificuldade. Se alguém revira os olhos, bate o pé ou dá um murro na mesa, por exemplo, é relativamente fácil de perceber como é que se sente.

Já a comunicação ou linguagem não verbal não intencional é mais difícil de compreender.

Todos os dias, respondemos a um incontável número de sinais e comportamentos não verbais. Estes revelam quem somos e afeta a forma como nos relacionamos com as outras pessoas. Por isso, saber interpretá-los, permite-nos melhorar as nossas relações.

O que é a comunicação não verbal?

A comunicação não verbal é “o ato de transmitir informações sem o uso de palavras”. Pode envolver expressões faciais, gestos com as mãos, contato visual, proximidade física e outros comportamentos.

Um exemplo simples de comunicação não verbal é uma expressão facial relaxada que se transforma num sorriso genuíno, onde os olhos se semifecham ou arregalam (depende do indivíduo) e parecem brilhar.

Outro bom exemplo é uma postura reta para transmitir interesse no que está a escutar ou movimentos dos braços e mãos para indicar direções a alguém.

Também pode transmitir-se em braços cruzados ou no bater insistente das pernas e dos pés, mostrando insegurança, ansiedade ou saturação.

Quando conseguir interpretar sinais como estes, vai ser capaz de compreender e criar maior empatia mais facilmente com as outras pessoas. Também se torna mais consciente das reações das pessoas ao que diz e faz, podendo assim ajustar a sua comunicação não verbal de forma a parecer mais positivo, envolvente e acessível – ou simplesmente para conseguir o que pretende, de quem o ouve.

3 Aspetos a considerar

Quando falamos de comunicação não verbal é fundamental ter em mente que esta (excetuando algumas expressões faciais) não é universal.

Há pelo menos 3 fatores que afetam a forma como alguém usa e interpreta este tipo de comunicação:

1. Diferenças culturais

A herança cultural de alguém, pode ter uma grande influência em como comunica e interpreta a comunicação não verbal nos outros.

Em muitas culturas ocidentais, manter o contato visual enquanto se conversa com alguém, demonstra interesse pela pessoa e pelo que nos diz. Pessoas de outras culturas, incluindo muitas culturas orientais, podem evitar contato visual prolongado, pois, para eles, olhar ligeiramente para baixo ou para o lado pode parecer um sinal de maior respeito.

Por isso, quando escutamos ou observamos alguém, devemos considerar sempre a sua origem.

2. Neurodiversidade

“A neurodiversidade refere-se às variações naturais no cérebro humano de cada indivíduo em relação à sociabilidade, aprendizagem, atenção, humor e outras funções cognitivas.”

Pessoas neurodivergentes (“indivíduos com uma configuração neurológica diferente daquilo que a sociedade considera o normal”) também podem usar e interpretar a comunicação corporal de forma diferente das pessoas neurotípicas.

3. Diferenças psicológicas

Certas condições de saúde mental também podem afetar a comunicação não verbal. Uma pessoa que sofre de fobia social, por exemplo, tem dificuldade em manter o contacto visual.

Estar ciente dos limites de algumas pessoas, pode ajudar a evitar, presumir que alguém não gosta de si ou não está interessado no que diz.

Quais são os tipos de comunicação não verbal?

Os tipos diferentes de comunicação não verbal incluem:

Expressões faciais. Ao contrário de algumas formas de comunicação não verbal, algumas expressões faciais são universais. Expressões de felicidade, tristeza, raiva, surpresa, medo e nojo são as mesmas em todas as culturas.

Movimento corporal e postura. A forma como se move e se comporta dá um vasto leque de informações aos outros.

Gestos. Podemos acenar, apontar ou usar as mãos ao falar ou discutir, muitas vezes expressando emoções de forma involuntária. No entanto, e como referi anteriormente, é crucial considerar os aspetos culturais.

Contato visual. Como o sentido visual é dominante para a maioria das pessoas, o contato visual é um tipo especialmente importante de comunicação não verbal. Além do contato visual, a forma de olhar, traduz diversas formas de comunicar.

Toque. Comunicamos muito através do toque. Pense, por exemplo, nas mensagens muito diferentes transmitidas por um aperto de mão fraco ou forte e determinado, um abraço frouxo ou apertado, uma palmada nas costas ou um aperto entusiasta no braço.

Espaço. Todos temos necessidade de espaço físico, embora seja diferente dependendo da pessoa, cultura, situação e proximidade do relacionamento. Podemos usar o espaço físico para comunicar muitas mensagens não verbais diferentes, incluindo sinais de intimidade e afeto, agressão ou domínio.

Voz. Não é só o que diz que tem impacto nos outros, mas a forma como o diz também. O tempo, ritmo, volume, sons que transmite e tom de voz que emprega também comunicam.

Como melhorar a sua comunicação não verbal?

Se quer melhorar a sua comunicação não verbal ou a sua capacidade para ler e interpretar os comportamentos não verbais dos outros, estas dicas podem ajudar:

Preste atenção aos seus comportamentos. Ter consciência dos seus comportamentos em momentos distintos é o primeiro passo para mudar o que quer mudar.

Avalie quem está à sua volta. O que dizem as expressões faciais dos outros? Que gestos usam habitualmente? Familiarizar-se com os seus padrões de comunicação não verbal ajuda a perceber mais facilmente como se sentem; ou até a identificar comportamentos que quer adotar.

Procure comportamentos não verbais incongruentes. Quando diz algo verbalmente e o seu corpo transmite algo diferente, pode ser um sinal que se sente de uma determinada forma, mas ainda não está pronto para admitir ou discutir isso.

Pense antes de agir. Treine para parar e pensar antes de agir. Isso pode ajudar a eliminar ou substituir comportamentos não verbais que não gosta ou que não lhe são benéficos.

Questione antes de assumir algo. Antes de assumir que sabe o que a outra pessoa está a sentir, pergunte. A comunicação não verbal não é tão fácil de compreender como parece e há vários aspetos a considerar. Nem sempre o que parece, é.

Para uma comunicação mais bem-sucedida, é importante que considere vários aspetos como a comunicação verbal, a escuta ativa ou empática e a comunicação não verbal.

Adote algumas das sugestões que aqui lhe apresentei e veja as suas relações a melhorar.

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Susana Cunha

Área de Gestão, com foco nas Pessoas

Autor(a):

Susana Cunha

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